segunda-feira, 10 de setembro de 2012

As belas e famosas também envelhecem


Um grupo de mulheres famosas participaram de um documentário em que falam sobre envelhecimento em uma sociedade que super valoriza a juventude.

Difícil acreditar que a atriz e ex-modelo internacional Isabella Rossellini, 60 anos, tenha problemas com seu próprio envelhecimento. Segundo declarações da atriz à imprensa internacional, a idade fez com que seu nome desaparecesse da lista de convidados dos eventos mais concorridos: “Com certeza, meu status social diminuiu. Não sou mais convidada para as festas mais disputadas. Mas minha filha é”, declarou ela ao The Guardian.
Muito estranha esta informação até porque a cineasta Julie Gavras, na época do lançamento do filme Late Bloomers, contou à imprensa que, o nome de Isabella Rossellini surgiu após Gavras vê-la rir de si mesma na série “Green Porno”, em que interpreta com humor bichos copulando. Diz a cineasta: “Precisava de alguém com a idade certa, mas que não tivesse feito cirurgia plástica. Ela foi perfeita porque entende que, quanto mais velha fica, mais liberdade tem.”

Diane Keaton faz parte do grupo das belas e competentes mulheres sessentonas, em plena forma e atividade e, aparentemente, muito bem resolvida com o angustiante avançar dos anos.

Depois de lançar um livro de memórias, bem recebido pela crítica, Diane Keaton volta a escrever e dessa vez os temas escolhidos por ela são: “beleza, envelhecimento e como ser uma mulher”, segundo informações de sua editora, Random House. A nova obra, ainda sem título, segundo o site O Globo, será lançada no primeiro semestre de 2013.

Em nota oficial a atriz afirma: “Todos somos obcecados por beleza, não importa quem você seja. Acho que a maioria das mulheres fica um pouco desapontada quando olha no espelho - sei que eu fico - e esse livro será minha forma de pergunta por que”.

Dizem que Diane Keaton não fez grandes transformações no rosto, manteve as linhas do tempo (ou rugas, como preferirem) e decidiu assumir sua própria beleza, mesmo que marcada pelos anos. Uma mulher bem resolvida? Sim, pode ser. Mas para aquelas incomodadas com a imagem denunciada todas as manhãs pelo espelho da vida, relaxem, a tecnologia está aí para aplacar qualquer incômodo ou descontentamento. Existem outras possibilidades, como refletir sobre a experiência das belas que encaram suas velhices, cada qual de seu jeito.

Rossellini e um grupo de mulheres famosas justamente pela beleza participaram de um documentário em que falam francamente sobre como lidam com o envelhecimento, em uma sociedade que valoriza a juventude acima de tudo.

Dirigido por Timothy Greenfield-Sanders, “About Face: The Supermodels Then And Now” foi lançado no Festival de Cinema Sundance deste ano e voltará a ser exibido em canais de TV a cabo europeus durante o verão no Hemisfério Norte. É um “pedaço da história”, de acordo com Beverly Johnson, 59 anos - primeira modelo negra a aparecer na capa da Vogue americana, em 1974. Site: http://www.youtube.com/watch?v=bmFhOLGL204&feature=related.

Além de Rossellini e Johnson, também atuam no filme Marisa Berenson, uma das modelos mais bem pagas do mundo nos anos 1960, que trabalhou no filme “Morte em Veneza”, de Luchino Visconti, e Jerry Hall, ex-mulher de Mick Jagger. Todas falam sem rodeios sobre a indústria de cosméticos e seus cuidados com a beleza.

Com opiniões diversas sobre cirurgia plástica, peso e modelagem ideais, todas elas concordam em um ponto: obsessão com a juventude, definitivamente, não é a delas: “Não são as mulheres que querem ficar mais jovens, isso é o que a sociedade espera delas”, diz a ex-modelo China Machado, musa de Richard Avedon - o lendário fotógrafo da Harper’s Bazaar.

Mas isso não quer dizer que todas são contra intervenções cirúrgicas para o rejuvenescimento. Quando perguntada sobre cirurgia, a modelo Carmen Dell'Orefice respondeu: ‘Se o teto da sua sala de estar estivesse caindo, você não iria providenciar um reparo?”

A modelo tem razão, qual o problema? Por que todos precisam seguir o mesmo caminho da aceitação, do natural e da tão banalizada frase: “Precisamos nos aceitar como Deus nos criou, mesmo sofrendo os aterradores efeitos do tempo”. Bem, Deus, não tem nada a ver com isso e como já dizia uma grande e hilária amiga: “Quem gosta de interior é só arquiteto!”

Talvez, pensando nisso e já querendo romper os ditames impostos pela sociedade, Jason Bard Yarmosky, artista que nasceu em Poughkeepsie, Nova Iorque, criou uma série intitulada de Elder Kinder, na qual ele explora a infantilização que ocorre na velhice e as fantasias que permanecem conosco pela vida toda – site: http://www.hypeness.com.br/2012/05/artista-retrata-a-velhice-de-um-ponto-de-vista-diferente/.

Como, por exemplo, nomear uma pessoa de sessenta anos pelo apelativo “vovó, vovozinha”. Ou então, num primeiro contato perguntar: “está cansada, quer sentar, tomar água, que gracinha”...e outras pérolas irritantes.

Existem muitas formas de enxergar a série, tudo vai depender do olhar, da trajetória, cultura e momento em que vive cada um. Não há como limitar, será uma coisa (vulnerabilidade a qual todos estaremos sujeitos na velhice) ou outra (sensação de liberdade que sugere que a nossa idade é aquela que desejamos ter).

Qual seria o melhor dos mundos? Procure a(s) resposta(s) nas suas próprias reflexões sobre a vida e seu longeviver!

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