quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Crise neoliberal e o sofrimento humano

Reproduzimos artigo do teólogo Leonardo Boff, publicado no sítio do Adital


O balanço que faço de 2010 vai ser diferente. Enfatizo um dado pouco referido nas análises: o imenso sofrimento humano, a desestruturação subjetiva especialmente dos assalariados, devido à reorganização econômico-financeira mundial.
Há muito que se operou a "grande transformação" (Polaniy), colocando a economia como o eixo articulador de toda a vida social, subordinando a política e anulando a ética. Quando a economia entra em crise, como sucede atualmente, tudo é sacrificado para salvá-la. Penaliza-se toda a sociedade como na Grécia, na Irlanda, em Portugal, na Espanha e mesmo dos USA em nome do saneamento da economia. O que deveria ser meio transforma-se num fim em si mesmo.

Colocado em situação de crise, o sistema neoliberal tende a radicalizar sua lógica e a explorar mais ainda a força de trabalho. Ao invés de mudar de rumo, faz mais do mesmo, colocando pesada cruz sobre as costas dos trabalhadores. Não se trata daquilo relativamente já estudado do "assédio moral", vale dizer, das humilhações persistentes e prolongadas de trabalhadores e trabalhadoras para subordiná-los, amedrontá-los e, por fim, levá-los a deixar o trabalho. O sofrimento agora é mais generalizado e difuso afetando, ora mais ora menos, o conjunto dos países centrais. Trata-se de uma espécie de "mal-estar da globalização" em processo de erosão humanística.

Ele se expressa por grave depressão coletiva, destruição do horizonte da esperança, perda da alegria de viver, vontade de sumir do mapa e até, em muitos, de tirar a própria vida. Por causa da crise, as empresas e seus gestores levam a competitividade até a um limite extremo, estipulam metas quase inalcançáveis, infundindo nos trabalhadores, angústias, medo e, não raro, síndrome de pânico. Cobra-se tudo deles: entrega incondicional e plena disponibilidade, dilacerando sua subjetividade e destruindo as relações familiares. Estima-se que no Brasil cerca de 15 milhões de pessoas sofram este tipo de depressão, ligada às sobrecargas do trabalho.

A pesquisadora Margarida Barreto, médica especialista em saúde do trabalho, observou que no ano passado, numa pesquisa ouvindo 400 pessoas, que cerca de um quarto delas teve ideias suicidas por causa da excessiva cobrança no trabalho. Continua ela: "é preciso ver a tentativa de tirar a própria vida como uma grande denúncia às condições de trabalho impostas pelo neoliberalismo nas últimas décadas".
Especialmente são afetados os bancários do setor financeiro, altamente especulativo e orientado para a maximalização dos lucros. Uma pesquisa de 2009 feita pelo professor Marcelo Augusto Finazzi Santos, da Universidade de Brasília, apurou que entre 1996 a 2005, a cada 20 dias, um bancário se suicidava, por causa das pressões por metas, excesso de tarefas e pavor do desemprego. Os gestores atuais mostram-se insensíveis ao sofrimento de seus funcionários, acrescentando-lhes ainda mais sofrimento.

A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de três mil pessoas se suicidam diariamente, muitas delas por causa da abusiva pressão do trabalho. O Le Monde Diplomatique de novembro do corrente ano denunciou que entre os motivos das greves de outubro na França, se achava também o protesto contra o acelerado ritmo de trabalho imposto pelas fábricas causando nervosismo, irritabilidade e ansiedade. Relançou-se a frase de 1968 que rezava: "metrô, trabalho, cama", atualizando-a agora como "metrô, trabalho, túmulo". Quer dizer, doenças letais ou o suicídio como efeito da superexploração capitalista.

Nas análises que se fazem da atual crise, importa incorporar este dado perverso que é o oceano de sofrimento que está sendo imposto à população, sobretudo, aos pobres, no propósito de salvar o sistema econômico, controlado por poucas forças, extremamente fortes, mas desumanas e sem piedade. Uma razão a mais para superá-lo historicamente, além de condená-lo moralmente. Nessa direção caminha a consciência ética da humanidade, bem representada nas várias realizações do Fórum Social Mundial entre outras.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Espaço nas universidades para a terceira idade

Quase todas as instituições de ensino superior já oferecem alguma programação específica para a terceira idade, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida nesta faixa etária.
Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) há 20 anos funciona a Universidade para a Terceira Idade (Unitt), no Instituto de Psicologia. As atividades, similares a cursos, são divididas em subprojetos em cada área, como cinema, informática, literatura, saúde e bem-estar meio ambiente. As atividades são realizadas em encontros semanais relacionados às áreas. O objetivo, segundo o coordenador da Uniti, Odair Perugini de Castro, é promover uma mudança social, em que o idoso deixe de ser apenas um integrante da população, mas que possa ter espaço para opinar e expressar sua vontate.
Na Pontifícia Universidade Católica (PUC) o Projeto Geron, desde 1998, oferece sessões de cinema comentada, coral, debates sobre literatura e ainda espaços para exercícios físicos. São ações desenvolvidas em parceria com as unidades acadêmicas visando melhorar a qualidade de vida desse segmento.
Também instituições gaúchas como Ulbra, Unisinos, UFSM e UCS, entre outras, possuem programs específicos para a terceira idade.
Para se informar acesse no aqui no Blog, na coluna ao lado, os sites das intituições

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Envelhecimento é arma contra a mudança climática

Lugares cuja população está gannhando idade, como a Europa e o Brasil, podem reduzir emissões em até 20%.

Se aumento no número de idosos vai aquecer menos o planeta Terra, urbanização na China e na Índia terá efeito oposto.

A terceira idade pode ajudar a salvar o planeta. Isso porque os cientistas descobriram que países cuja população está ficando mais velha devem passar por grandes reduções nas emissões de CO2.Países europeus, como Itália e Alemanha, e mesmo outras regiões, como o Japãp devem ter cerca de 20% nas suas emissões até 2050.Isso vai acontecer porque os responsáveis pelo grosso das emissões são aqueles que estão no mercado de trabalho, no auge das suas carreiras - eles consomem mais, produzem mais, poluem mais.

Isso não significa, porém, que o mundo está salvo: na outra ponta, a urbanização nos países em desenvolvimento, especialmente a China e Índia, será responsável por uma explosão nas emissões de CO2, nas próximas décadas.- quem vive no campo, claro, não emite muito CO2.
Em função do gigantismo da população desses países, a urbanização vai superar de longe o envelhecimento e levar ao aumento global da temperatura.

Essas conclusões estão no trabalho publicado pela equipe de Bria O'Neil, do Centro Nacional dos EUA, no peródico científico "PNAS". Eles utilizaram dados de 34 países para avaliar como tendências demográficas afetam emissões de carbono.
Um dos países analisados foi o Brasil. O país, nesse caso, se parece mais com os europeus do que com as outras nações em desenvolvimento. Primeiro, porque já é bastante urbano mais de 80% da população). Além disso, porque a taxa de fertilidade brasileira já é menos do que dois filhos por mulher, um valor bastante baixo, parecido com o encontrado em países desenvolvidos. Isso, claro, está levando ao rápido envelhecimento da população.

SEM POLÍTICA

O cientista americano, porém, evita fazer comentário sobre as consequências políticas das suas conclusões. Ele diz não estar apto a afirmar se o seu trabalho sugere que países desenvolvidos deviam se preocupar menos com o envelhecimento da sua população, já que isso tem um fator positivo, ou se a China e Índia deveriam tentar limitar a urbanização nos seus territórios."Mais atenção deveria ser dada aos impactos do envelhecimento e da urbanização no clima, afirma O'Neill. "Mas os nossos resultados não significam necessáriamente que ações políticas deveriam ser tomadas para alterar esses fatores."

Fonte: Folha de São Paulo

Um assunto interessante para reflexão e debate! (Corina Melo)

Cresce expectativa de vida entre brasileiros, constata IBGE

Cresce expectativa de vida entre brasileiros, constata IBGE
Os brasileiros estão vivendo mais. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada (17/10), mostra que a expectativa de vida no país aumentou cerca de três anos entre 1999 e 2009. Assim, é esperado que um brasileiro viva pelo menos 73,1 anos.

As menores taxas de mortalidade são registradas entre as mulheres, por
No período avaliado, a expectativa de vida delas passou de 73,9 anos para 77 anos. Entre os homens, subiu de 66,3 anos para 69,4 anos.

ntre as unidades federativas, o Distrito Federal é o que proporciona melhores condições de vida aos idosos. As mulheres de lá chegam a viver 79,6 anos, a maior taxa no país. Por outro lado, em Alagoas, eles vivem 63,7 anos, índice inferior à expectativa de vida no país em 1999.

O IBGE destaca que, apesar de estar aumentando, a taxa de expectativa de vida ao nascer no Brasil ainda é menor que a da América Latina e do Caribe (73,9 anos) e só fica à frente da Ásia (69,6 anos) e da África (55 anos), longe da taxa da América do Norte que é 79,7 anos.

A pesquisa mostra que o aumento da esperança de vida ao nascer e a queda da fecundidade no país têm feito subir o número de idosos, que passou entre 1999 e 2009 de 6,4 milhões para 9,7 milhões. Em termos percentuais, a proporção de idosos na população subiu de 3,9% para 5,1%. Em compensação, no mesmo período, caiu o número de crianças e adolescentes de 40,1% para 32,8%, estreitando o topo da pirâmide etária brasileira. Mesmo assim, o país é considerado jovem.

Fonte: Isabela Vieira - Agência Brasil

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sucesso total na I Mostra "Terceira Idade Não é Ficção"

As salas do Cine Bancários estiveram cheias durante os cinco dias da Mostra Terceira Idade Não é Ficção. Segundo Fernando, um dos organizadores da programação de filmes do CineBancários, outras mostras têm tido pico de audiência no dia do filme com debate e depois decresce um pouco. Dessa vez, a mostra manteve alta frequência durante os cinco dias.
A seleção de filmes foi excelente e o ideal seria assistir todos, mas não deu.
Assisti "Conversando com Mamãe", filme argentino de 2003. Ótimo, na minha opinião.
O filme têm estilo despretensioso, sem grandes recursos fotográficos ou tecnológicos, mas com pitadas de bom humor e diálogos inteligentes, interpretados por dois excelente atores, vai mostrando a realidade da sociedade e situação da população mais velha na argentina dessa época. O desemprego atinge o protagonista; desesperado com sua situação e pressionado pela mulher cogita a venda do apartamento onde vive a mãe dele. A mãe recusa-se a sair do local e o empresário determinado a atingir seu objetivo começa visitá-la com frequencia, o que há muito tempo não fazia. O diálogo faz os dois redescobrirem a alegria de estar juntos e a importância de cada um na vida do outro.
De forma sutil, o filme aborda as causas externas "na vida desse mundo globalizado" como diz a mãe, que podem provocar o distanciamento entre pessoas de gerações e condições sociais diferentes, até mesmo na família. Ao finalizar, a revelação de como as relações humanas e a troca entre gerações diferentes são relevante para a contrução de uma vida mais feliz.

Fritid na Tribuna Popular

Dia 21 de outubro às 14horas a FRITID ocupará um espaço na Tribuna Popular da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Você está convidado a participar!

domingo, 19 de setembro de 2010

Terceira Idade não é ficção

MOSTRA DE CINEMA
TERCEIRA IDADE NÃO É FICÇÃO Adicionar imagem


Promoção: Fritid e Sindicato dos Bancários

De 28 de setembro a 2 de outubro de 2010
Entrada Franca
Sessões às 15h, 17h e 19h
Os velhos são a sabedoria viva em todas as sociedades ditas primitivas. Nelas, sempre há o Conselho de Anciãos. Nas atuais, em especial naquelas surgidas da expansão europeia do século XV em diante, há disso resquícios formais, como o Senado. Na prática, a velocidade das transformações que a tecnologia proporcionou aos humanos deslocou o velho do lugar respeitável outrora ocupado, ao mesmo tempo que em quase todo o planeta cresce a longevidade e o percentual de velhos. Hoje, o velho deseja muito mais do que se aposentar, vestir um pijama e jogar dominó.

Visando dar nossa contribuição ao conjunto social, a Fritid, em parceria com o Sindicato dos Bancários de POA, organizou a mostra de filmes Terceira Idade Não é Ficção, a ser apresentada pelo CineBancários entre os dias 28 de setembro a 2 de outubro.
A programação inclui o francês Uma Amizade Sem Fronteiras, no qual um velho comerciante muçulmano e um adolescente judeu nos convidam a pensar sobre o conflito entre os primos semitas.
O estadunidense Colcha de Retalhos apresenta uma visão do universo feminino, pela narrativa de cada personagem sobre sua própria vida, entrelaçando gerações.
O argentino Conversando com Mamãe sugere uma reflexão sobre temas como a moradia (ou falta de), a relação entre o filho e a mãe, a nora com a sogra, o filho com o namorado da mãe, e tem como atração maior a atuação da grande atriz China Zorrilla.
O brasileiro O Outro Lado da Rua mostra a falta de sentido da vida de uma mulher separada, ocupada num programa de denúncia anônima criado pela polícia. Aqui também aparece o tema da falta de moradia (o ex-marido dela reside com o filho) influindo na relação entre mãe e filho.
O também brasileiro Chega de Saudade apresenta uma galeria de personagens comuns, que se encontram nos tradicionais bailes de terceira idade, nos quais buscam uma válvula de escape para suas vidas solitárias.


PROGRAMAÇÃO

28 de setembro a 2 de outubro de 2010

Entrada Franca

Sessões às 15h, 17h e 19h

28 de setembro (terça-feira)
15h– O Outro Lado da Rua
17h – Colcha de Retalhos
19h – Conversando com Mamãe

29 de setembro (quarta-feira)
15h – Chega de Saudade
17h – Uma Amizade Sem Fronteiras
19h – O Outro Lado da Rua

30 de setembro (quinta-feira)
15h – Colcha de Retalhos
17h – O Outro Lado da Rua
19h – Chega de Saudade

1º de outubro (sexta-feira)
15h – Uma Amizade Sem Fronteiras
17h – Chega de Saudade
19h – Colcha de Retalhos

2 de outubro (sábado)
15h – Chega de Saudade
17h – Uma Amizade Sem Fronteiras
19h – Conversando com Mamãe

Resumo dos filmes

Uma Amizade Sem Fronteiras (Monsieur Ibrahim et les Fleurs du Coran), de François Dupeyron(França, 2003, 95 minutos)
O muçulmano Ibrahim Deneji (Omar Sharif) é o dono de uma mercearia em Paris, que fica amigo de Momo (Pierre Boulanger), um pobre garoto judeu de 13 anos. Após ser abandonado pelo pai, Ibrahim decide adotar Momo. Com o tempo os dois se tornam cada vez mais amigos, com o garoto aprendendo os ensinamentos do Corão.

Conversando com Mamãe, de Santiago Carlos Oves (Argentina, 2004, 86 minutos)
Mamá (China Zorrilla) e seu filho Jaime (Eduardo Blanco) vivem em mundos opostos. Ele tem família, filhos e uma vida confortável. Ela, esclerosada, vive uma vida simples, sozinha. Quando Jaime é despedido da empresa em que trabalha, se vê em meio a dívidas e precisa de dinheiro: a única saída é vender o apartamento da mãe. Mas a grande surpresa é que ela tem um noivo 13 anos mais novo que ela, com quem pretende se casar e continuar morando neste apartamento.

Colcha de Retalhos (How to Make an American Quilt), de Jocelyn Moorhouse (Estados Unidos, 1995, 116 minutos)
Enquanto elabora sua tese e se prepara para se casar, Finn Dodd (Wynona Ryder), uma jovem mulher, vai morar na casa da sua avó (Ellen Burstyn). Lá estão várias amigas da família, que preparam uma elaborada colcha de retalhos como presente de casamento. Enquanto o trabalho é feito ela ouve o relato de paixões e envolvimentos, nem sempre moralmente aprováveis, mas repletos de sentimentos, que estas mulheres tiveram. Neste meio tempo ela se sente atraída por um desconhecido, criando dúvidas no seu coração que precisam ser esclarecidas.

Chega de Saudade, de Lais Bodansky (Brasil, 2007, 92 minutos)
Uma noite de baile, em um clube de dança em São Paulo, acompanhando os dramas e alegrias de cinco núcleos de personagens. A trama começa ainda com a luz do sol, quando o salão abre suas portas, e termina ao final do baile, pouco antes da meia-noite, quando o último frequentador desce a escada. Uma melancólica visão da solidão na terceira idade, inspirada no clássico O Baile, de Ettore Scola.

Trailer do filme Chega de saudade





O Outro Lado da Rua, de Marcos Bernstein (Brasil, 2004, 97 minutos)
Para se refugiar da solidão, Regina (Fernanda Montenegro), uma aposentada de 65 anos, procura pequenos delitos para denunciar à polícia. Uma noite, ao vigiar o prédio do outro lado da rua, ela acredita ter presenciado um assassinato. Quando a polícia declara ter ocorrido uma morte natural no local, Regina resolve investigar o caso por conta própria e acaba se envolvendo com o suposto assassino, Camargo (Raul Cortez). Os dois personagens iniciam então uma relação tardia e cheia de contradições, em que ambos irão reavaliar suas vidas de um modo que nunca poderiam imaginar.




quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Justiça Federal determina à ANS que não permita reajuste de planos de saúde para idosos

A Justiça Federal em Minas Gerais determinou que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mude todas as suas resoluções, para que os idosos não sofram reajuste nos planos de saúde ao completarem 60 anos de idade.
O juiz Lincoln Pinheiro Costa, da 20ª Vara Federal em Belo Horizonte, tomou a decisão com base no Estatuto do Idoso, que proíbe a variação de valor por faixa etária nos contratos dos clientes com mais de 60 anos.
De acordo com o Ministério Público Federal em Minas Gerais, responsável por mover a ação e que divulgou a decisão do juiz federal, a resolução da ANS, que estipula variação de preço por faixa etária, desrespeita o estatuto. Outro argumento do MPF é de que as operadoras dos planos alegam que as regras da ANS valem apenas para os contratos firmados depois de janeiro de 2004, quando o estatuto passou a vigorar.
Procurada pela Agência Brasil, a ANS não se manifestou sobre a decisão judicial. Ainda cabe recurso da decisão.
Fonte: Agência Brasil

Estatuto do Idoso completará sete anos e parte da população ainda desconhece direitos

O Estatuto do Idoso vai completar, em 1º de outubro, Dia Internacional do Idoso - sete anos de promulgação. Apesar do tempo em vigor, parte da população ainda desconhece todos os direitos garantidos no documento, criado com o objetivo de assegurar saúde, lazer e bem-estar aos cidadãos com mais de 60 anos, idade estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMC) para definir um idoso.
Poucos parecem saber, por exemplo, que a lei proíbe os administradores de planos de saúde de discriminarem o idoso, cobrando dele valores mais altos devido à sua idade. Ou que o Poder Público é obrigado a criar oportunidades de acesso do idoso a cursos especiais que lhe permitam se integrar à vida moderna.
Ao responder sobre as conquistas e as dificuldades enfrentadas por quem chegou à terceira idade, pessoas de diferentes idades se limitaram a citar o direito ao atendimento preferencial e a gratuidade do transporte público como importantes avanços.
“Uma das conquistas é o passe livre”, disse a agente aeroportuária Flávia Cristina Facundo, 33 anos. O motoboy Gabriel Borges, 26 anos, além de citar as “várias vantagens de locomoção”, lembrou que os idosos “passam à frente nas filas” para justificar sua impressão de que, “ao contrário do que muita gente diz, hoje há maior respeito com as pessoas mais velhas”.
O aposentado Willian de Souza, 69 anos, discorda. Embora reconheça que em certos aspectos houve melhoras, ele reclama que ainda há muito o que fazer pela saúde e pela qualidade do transporte, dois setores contemplados no estatuto. “É preciso que haja uma condição de transporte condizente com a terceira idade”, afirmou Souza, fazendo coro com os entrevistados que reclamaram da falta de atenção de motoristas, da altura dos degraus dos ônibus e da falta de pontos de ônibus.
“Eles [os motoristas] fingem que não veem e passam direto. Eles não têm amor à pessoa de idade. Pensam que nunca vão ficar velhos, mas um dia eles vão envelhecer”, queixa-se Iracema Farias, 72 anos.
Na última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que a população brasileira está ficando mais velha. De acordo com o IBGE, enquanto em 2007 os brasileiros acima de 60 anos eram 10,5% da população, em 2008 esse percentual subiu para 11,1%.
“Acho que é preciso garantir maior acesso dos idosos à saúde porque os índices de longevidade estão cada vez melhores”, sugere o jornalista Luís Flávio Luz, 35 anos.

Fonte: Agência Brasil

Trabalho após aposentadoria é bom para saúde

Aposentandos que continuam trabalhando têm menos doenças sérias e "funcionam" melhor do que os aposentados que simplesmente param de trabalhar.
Um estudo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, realizado com mais de 12 mil pessoas que tinham entre 51 e 61 anos, indicou que as pessoas que, após a aposentadoria, se mantinham "na ativa" relataram maior saúde mental do que aqueles que haviam parado completamente.
Publicado no Journal of Occupational Health Psychology, o estudo mostrou que, além disso, essas pessoas apresentavam menos problemas de saúde física, como câncer e doenças cardiovasculares.
Essa melhor saúde mental não foi observada entre aqueles que passavam a trabalhar em uma área diferente de sua carreira anterior.
Os pesquisadores especulam que a adaptação a um diferente ambiente de trabalho ou a condições de trabalho diversas pode acabar resultando em estresse, afetando negativamente a saúde e a qualidade de vida.

Fonte: Correio do Brasil

BBC vai escalar mulheres maduras como apresentadoras


A emissora britânica "BBC" tentará desmentir aqueles que a acusam de discriminar as mulheres maduras recolocando à frente das câmeras apresentadoras que já passaram dos 50 anos.
Julia Somervillke, de 62 anos, Fiona Armstrong, de 53, e Zinab Badawi, de 50, estão prestes a assinar contratos muito lucrativos com a emissora pública, informa hoje o jornal "The Daily Telegraph".
A decisão é consequência da advertência lançada há um ano pelo diretor-geral da "BBC", Mark Thompson, segundo quem as acusações de discriminação por idade continuariam, a menos que mulheres maduras fossem contratadas para estes postos.
A emissora estatal causou reações negativas, especialmente entre as espectadoras, quando decidiu afastar uma apresentadora com mais de 30 anos de experiência.
Atualmente, a única apresentadora de um programa de notícias da "BBC" com mais 50 anos é Maxine Mawhinney.
A decisão de contratar âncoras de mais idade foi bem recebida por Joan Bakewell, assessora do Governo e da própria emissora, que recentemente reclamou com Thompson do fato de a "BBC" ter vários cinqüentões como apresentadores.
"Alegra-me que a 'BBC' tenha decidido voltar a contratar mulheres com talento, capazes de entrevistar tanto (a secretária de Estado americana) Hillary Clinton como o ator Clint Eastwood", destacou Bakewell.

Iniciativas para idosos ainda são tímidas

O presidente Lula sancionou, em janeiro, a lei que institui o Fundo Nacional do Idoso, criado para financiar programas e ações pelos direitos desta população. De acordo com a lei, as pessoas físicas e jurídicas que contribuírem com o fundo podem deduzir até o limite de 1% do imposto de renda devido.
Em entrevista à Agência Câmara, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) afirmou que espera que o fundo dê condições para as casas de abrigo “terem sustentação e cumprirem um papel que o Poder Público não cumpre, que é o de cuidar dos idosos desvalidos”. Ele comenta que esse foi “o motivo que deu origem ao projeto”.
Poderão ser financiados também programas de inclusão social, de cultura e de proteção. Mas o fundo ainda é um passo “muito tímido” para as necessidades dos idosos, de acordo com Paulo César Gomes, assessor de ação da Pastoral da Pessoa Idosa. “O valor a ser abatido não estimula as pessoas a investirem”, afirma.
No Brasil, já existem cerca de 21 milhões pessoas acima de 60 anos, o que representa 11% da população. Algumas chegam a completar o centenário – casos famosos são a atriz Dercy Gonçalves, que faleceu com 101 anos, e o arquiteto Oscar Niemeyer, que completou 100 anos recentemente. “Temos que repensar a maneira como tratamos essa população”, comenta Gomes.
Para ele, o Estatuto do Idoso trouxe alguns avanços importantes, como o transporte gratuito, as filas de prioridade e os conselhos de direitos dos idosos presentes em Estados e municípios.
Mas ainda faltam muitos objetivos, principalmente no que diz respeito à saúde e ao bem-estar. No primeiro caso, trata-se de uma dificuldade crônica no Brasil. “O idoso tem direito a tratamento, mas não consegue ter acesso”, diz. Ele menciona ainda a falta de especialistas em medicina geriátrica no sistema de saúde público.
O Estatuto do Idoso prevê que família, comunidade, sociedade e Poder Público assegurem diversos direitos, inclusive saúde, alimentação, dignidade, respeito e convivência familiar. Mas muitas famílias desrespeitam estes direitos.
“Elas deixam os idosos em quartos sem ventilação e iluminação, sem alimentação, higiene e cuidados básicos”, relata, referindo-se principalmente a casos em que o idoso teve complicações de saúde e não consegue se movimentar sozinho.
Outro tipo de abuso comum é relacionado aos empréstimos compulsórios, que facilitam acesso a crédito por pessoas aposentadas. “A família se aproveita disso para comprar itens que nem serão usadas pelo idoso, como motocicletas”, revela.
A Pastoral da Pessoa Idosa tem combatido esta situação com visitas periódicas aos idosos. “Num primeiro momento, a família tenta esconder o idoso e as condições em que ele vive”, afirma. E de seu lado, o idoso não denuncia por medo de retaliações ou porque quem pratica os maus tratos são os mesmos que “cuidam” dele.
Beto Albuquerque afirmou, na entrevista à Agência Câmara, que algumas metas do Estatuto não foram alcançadas por “falta de financiamento”. Mas Gomes acredita que o componente cultural é mais forte do que o econômico.
“Vivemos em uma sociedade de culto à juventude, à saúde e ao corpo, que acha que quem está ficando velho deve ser alijado da sociedade”, diz. O assessor menciona Zilda Arns, que fundou a Pastoral da Pessoa Idosa e lutava para que as empresas se conscientizassem das necessidades dessa população.
Ainda existem poucas iniciativas do investimento social privado voltado à terceira idade. Um dos programas de maior visibilidade é o Talentos da Maturidade. Criado pelo Banco Real, em 1999, ele tem previsão de continuar com a incorporação pelo Grupo Santander Brasil.
O programa estimula pessoas com mais de 60 anos por meio da arte e tem como objetivo criar redes de relacionamento e provocar a reflexão na sociedade sobre o papel do idoso. No ano passado, foram mais de onze mil inscritos no concurso cultural.
“O concurso faz muitos descobrirem talentos que nem sabiam que tinham e traz à tona grandes histórias de vida”, afirma o diretor executivo de estratégia da marca e comunicação corporativa do Grupo Santander Brasil, Fernando Martins. “É um exemplo de que podemos oferecer condições de igualdade e oportunidades de valorização para todos os públicos”, complementa.

Grito da Terra Brasil quer atenção especial a trabalhadores rurais da terceira idade


Os problemas e as dificuldades dos trabalhadores rurais que estão na terceira idade será um dos principais temas apresentados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) nas negociações previstas com o governo federal, durante o movimento Grito da Terra Brasil.
De acordo com a entidade, dos 25 milhões de tralhadores rurais, 30% – ou cerca de 7,5 milhões – encontram-se na terceira idade. “Nossas preocupações vão desde as fraudes, que fazem de aposentados e pensionistas rurais vítimas de golpes com o crédito consignado, até a reivindicação para que o governo doe aos idosos do campo uma pequena terra com habitação, para evitar quer eles tenham de se mudar para as favelas das grandes cidades após serem demitidos pelo patrão”, explica o secretário de Terceira Idade da Contag, Natalino Cassaro.
O Grito da Terra Brasil é um movimento pelo qual, desde 1995, movimentos sindicais e federações ligados a trabalhadores rurais apresentam aos governos federal, estaduais e municipais uma série de reflexões, reivindicações e anseios gerados com base nas necessidades da agricultura familiar brasileira. O manifesto é organizado pela Contag.


Fonte: Agencia Brasil

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Seminário nacional Avanços e Desafios dos Direitos Humanos das Pessoas Idosas.

Entre os dias 24 e 26 de agosto ocorre em Brasília (DF), o Seminário Nacional "Avanços e Desafios dos Direitos Humanos das Pessoas Idosas". O evento será promovido pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (Sedh).
O objetivo do encontro é subsidiar a elaboração do Plano de Implementação das Ações Destinadas às Pessoas Idosas, além de discutir e analisar, em âmbito nacional, os direitos humanos desses cidadãos. O evento também pretende identificar desafios e sugerir propostas de avanços para promoção e defesa dos direitos humanos das pessoas idosas.
O seminário servirá de base para discussões do mesmo tema no Seminário Internacional do Mercosul, durante a XVIII Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos e Chancelarias do Mercosul e Estados Associados (RAADH).
O tema entrou na pauta de discussões internacionais através da XIV RAADH, realizada em Montevidéu no Uruguai, com a aprovação da criação do Grupo de Trabalho sobre os Direitos Humanos da Pessoa Idosa.
Durante a última RAADH, foi aprovada a Ata do Grupo de Trabalho para os direitos humanos da pessoa idosa, que contemplou, entre as propostas, a realização, em Brasília, do seminário sobre o tema, quando o Brasil exercer a presidência temporária do bloco regional. Assim, os países signatários da ata deverão realizar seminários nacionais com o mesmo tema para subsidiar as discussões no seminário internacional.
Fonte: Ministério dos Esportes

domingo, 1 de agosto de 2010

Você concorda que as grandes propriedades de terra no Brasil devem ter um limite máximo de tamanho?

Sociedade brasileira terá a chance de acabar com o latifúndio no Brasil durante o Plebiscito Popular pelo Limite da Terra, que ocorrerá entre os dias 01 e 07 de setembro.

Falta pouco mais de um mês para o início do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra no Brasil. Entre os dias 01 e 07 de setembro, toda a sociedade brasileira terá a oportunidade de dizer se é a favor ou contra a concentração de terras no país, ou seja, se concorda ou não com o latifúndio.
Durante os dias 15 e 17 de julho, cerca de 100 representantes de entidades, organizações, movimentos e pastorais sociais do campo e da cidade de todos os estados da federação, estiveram reunidos em Brasília para a II Plenária Nacional de Organização do Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra.
No encontro foram aprofundados estudos sobre a questão fundiária do país, em que os participantes expuseram a realidade de cada região brasileira. As atividades contaram com a assessoria do geógrafo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Ariovaldo Umbelino. Além das análises, foram debatidas e planejadas ações de divulgação, organização e articulação da semana da coleta dos votos.
Os estados já estão organizados em comitês compostos por diferentes entidades e organizações. A partir dos comitês estaduais, estão sendo formados os comitês regionais, onde municípios das diferentes regiões também estão sendo inseridos no processo.
Dentre os encaminhamentos da plenária, foi definido o Dia Nacional de Mobilização pelo Limite da Propriedade da Terra, que será realizado no dia 12 de agosto, em memória a mártir Margarida Alves, camponesa assassinada em 1983. Neste dia os articuladores do Plebiscito Popular farão um grande mutirão de formação da sociedade brasileira que já está sendo conscientizada sobre a realidade agrária do país.
A população brasileira também é convidada a participar de um abaixo-assinado que já está sendo circulando em todo país e que continuará após o Plebiscito. O objetivo desta coleta de assinaturas é entrar com um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) no Congresso Nacional para seja inserido um novo inciso no artigo 186 da Constituição Federal que se refere ao cumprimento da função social da propriedade rural.
Além das 54 entidades que compõem o Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, também promovem o Plebiscito Popular pelo Limite da Propriedade da Terra, a Assembléia Popular (AP) e o Grito dos Excluídos. O ato ainda conta com o apoio oficial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic).
Fonte: Campanha Nacional Pelo Limite da Prorpiedade da Terra

Para saber mais sobre o assunto clique aqui :http://www.limitedaterra.org.br/index.php ou no banner da campanha (acima).

Beba água da torneira!

Faça isso em defesa da sua saúde, do seu bolso e do planeta
Muito bom esse vídeo sobre a indústria da água.
Vale a pena conferir. A idéia é de um grupo de
pessoas dos EUA. aquela porcentagem da população
consciente, apesar da opressão do sistema
capitalista americano!
A Fritid divulga aqui e vai endossar
a campanha.Eu particularmente (Corina) só bebo
água mineral e pretendo parar de consumir e voltar
a usar o velho filtro de barro. E você?


Fonte: Sindipetro/RJ

domingo, 25 de julho de 2010

Estatísticas sobre a terceira idade

A pesquisa "Idosos no Brasil - Vivências, desafios e expectativas na 3ª Idade, com dados coletados e reunidos pelo Núcleo de Opinião Pública da Fundação Perseu Abramo, e, 7 de maio de 2007, permance ainda como um referencial relevante da situação desse segmento da população brasileira. Por isso, publicamos aqui os comentários da psicóloga e professora da Unicamp Anita Liberalesso Neri, que participou do lançamento nacional da pesquisa. Ela enfatizou a representatividade da amostra – foram ouvidos 2136 idosos com 60 anos e mais e 1608 jovens e adultos de 16 a 59 anos em 204 municípios das cinco macro-regiões do país – garantiu a generalidade dos dados.

Outro aspecto metodológico ressaltado por Anita Liberalessu foi a adoção do auto-relato, ou seja, “a pesquisa deu chance para uma boa quantidade de respostas estruturadas pelos participantes”. Com essa metodologia, segundo ela, cria-se a possibilidade de aprofundamento em alguns aspectos revelados pela pesquisa.

“Uma pesquisa como essa aguça nossa curiosidade”, revela Anita que dividiu seus comentários em 12 tópicos, segundo os resultados que mais lhe chamaram a atenção.

Veja a seguir as considerações de Anita Liberalesso Neri sobre a pesquisa dos idosos:

1) Independência econômica e produtividade dos idosos. Os dados mostraram os idosos como um segmento essencialmente urbano, embora cerca da metade fosse proveniente da zona rural, indicador do forte processo de urbanização vivido pelos Brasil nas últimas décadas. Nada neles lembra os idosos dos estereótipos, pois a maioria tem renda própria e é produtiva, visto que 36% fazem parte da População Economicamente Ativa. Embora com renda e escolaridade mais baixa do que a população jovem e adulta, a maioria mora em casa própria e é chefe de família ou contribui para o sustento da família, que geralmente é conjugal, isto é, composta pelo casal de idosos, mas que também pode abrigar filhos e netos. Se os dados da produtividade e da chefia familiar são bons, pois mostram que os idosos têm boa chance de serem independentes, por outro lado denotam a perversidade da economia que semeiam baixos salários e desemprego entre os mais jovens, fazendo com que não tenham e talvez nunca cheguem a ter as mesmas condições econômicas de seus pais. São bons também porque essas condições são uma proteção contra os maus tratos. Infelizmente ela diminui na idade avançada, quando os idosos contribuem menos para o bem-estar dos mais novos e têm um custo financeiro e operacional mais alto para as famílias.


2) Feminização da velhice. A maioria dos homens são casados, há muito mais viúvas entre as mulheres do que entre os homens e, sim, há mais mulheres do que homens idosos, mulheres essas que são mais pobres, menos escolarizadas, mais doentes e solitárias do que os homens, configurando o que a literatura gerontológica chama de processo de feminização da velhice. Esse fenômeno é visível no Brasil, na América Latina e em todo o mundo. A feminização da velhice é reconhecida como uma forte demanda para as políticas de saúde e proteção social e uma candente questão de justiça social, pois se trata de retribuição das contribuições que as mulheres ofereceram e oferecem à sociedade, representadas pela maternidade, pelos cuidados aos filhos, à casa e ao cônjuge, cuidados pelos quais são responsáveis até a velhice, quando se tornam cuidadoras também de outros idosos e dos filhos e netos de mulheres jovens que têm que sair de casa para trabalhar.


3) Religiosidade. A maioria dos idosos disse ter uma religião, a maioria católica. Esse dado mostra um efeito coorte, isto é, esse segmento sempre terá sido religioso e mais religioso do que os jovens e adultos atuais porque cresceram sob a norma social da obrigatoriedade de professar uma religião. Parece estranho, mas é bom lembrar a possibilidade de usa-la como amortecedor das adversidades da velhice, principalmente para os mais pobres, que têm menos controle sobre elas.


4) Baixa escolaridade e analfabetismo funcional (49% dos idosos), baixo acesso ao computador (10%) e à Internet (4%). Essas condições implicam em falta de acesso à informação sobre a saúde e sobre os direitos civis. Alem disso, esses idosos foram vítimas de privação crônica de acesso a bens e oportunidades sociais durante todo o curso de vida. Isso se reflete em condições piores de saúde, cuidados à saúde, moradia etc. e são irreversíveis. A única esperança para eles é em medidas remediativas que parece estarem longe de se concretizar, a despeito das melhoras sociais representadas pela universalidade do acesso à benefícios da Previdência e ao SUS.


5) Presença de filhos. Seja como for, mesmo considerando que cresce o número de famílias brasileiras em que o chefe é um idoso e que cresce a freqüência de coabitação de filhos e netos por causa do desemprego, dos baixos salários, da violência urbana, de separações conjugais entre os jovens, a presença de filhos é maior garantia de amparo na velhice do que sua escassez. Inclusive, o auxilio financeiro prestado pelos mais velhos pode funcionar como garantia contra maus tratos. O fato de os jovens e adultos terem menos filhos, os expõe mais ao risco da indisponibilidade de cuidados familiares quando foram velhos. Se até lá a sociedade oferecer melhores condições econômicas aos idosos, instituições de longa permanência, cuidados domiciliares e outros apoios que venham a suprir a ausência da família, os futuros idosos brasileiros podem ter expectativa de uma velhice mais amparada. Do contrário, uma velhice com muitas adversidades por causa da falta de apoios os espera.


6) Centralidade da doença e da dependência física nas descrições que os idosos e os não-idosos fazem da velhice. Esse é um dado universal, que ultrapassa espaço e tempo. Nada há de mais verdadeiro de que a velhice prenuncia o fim da vida e é isso que os seres humanos temem, mais do que à própria morte. Essa não é uma reflexão filosófica ou uma frase de efeito, mas um dado de pesquisa. O fato de os idosos negarem a velhice – denotado pelo costume de acharem que velhos são os outros porque têm mais anos vividos, ou são mais doentes, ou são mais feios – só confirma a carga negativa com que se encara a velhice. Nesta pesquisa, a idade assinalada como do inicio da velhice é 70 anos, ou seja 10 anos mais do que manda a norma da OMS e de parte da legislação civil no Brasil. Por outro lado, demarcar o inicio da velhice aos 70 anos é indicativo de que a faixa dos 60 aos 70 ainda é vivida com suficiente saúde, independência e produtividade para poder ser chamada de vida adulta. De fato, essa é uma tendência mundial, tanto que a literatura gerontológica dos países desenvolvidos já chama essa fase de velhice inicial, e fala de velhice avançada em relação a idades superiores a 80 anos.


7) Baixa prevalência de opiniões negativas em relação à velhice entre os idosos e os não idosos, mas estes pontuaram um pouco mais alto do que aqueles em opiniões negativas (idosos como incapazes, ultrapassados, desinformados, desprezados, e passiveis de discriminação ou maltratos). No entanto, ¾ de ambas as amostras disseram conhecer traços negativos dos idosos. Eu acredito que estes dados, em si, não signifiquem preconceitos, ou que sejam preditores de comportamentos de afastamento em relação a idosos. Eu penso que eles refletem conhecimentos sobre a velhice e, nesse sentido, decorrem das observações que ambos os grupos fazem todos os dias. Eu observei a mesma coisa numa pesquisa de levantamento que fiz há 19 anos, aplicando uma escala diferencial semântica a uma amostra de brasileiros não-idosos. Juntando as respostas com conotação positiva e negativa, temos refletido um grande painel correspondente ao que existe objetivamente na vida social e às idealizações, expectativas e medos em relação à velhice.


8) “É melhor ser idoso hoje do que há 20 ou 30 anos”. Houve unanimidade entre os não idosos e os idosos entrevistados quanto a esta avaliação e com ela nada mais fizeram do que externar o óbvio. De fato nessa período melhoraram sensivelmente as condições dos idosos brasileiros porque, apesar de tudo, houve progresso social. Outro elemento importante foi que, desde os anos 1960, vem ocorrendo um aumento sem precedentes na visibilidade social dos idosos, seja porque de fato aumentaram em número, seja porque várias instituições sociais passaram a atender a esse segmento e a trabalhar em defesa dos direitos das pessoas idosas. Estiveram inclusive na base da construção da Política Nacional do Idoso e do Estatuto do Idoso. O SESC é uma dessas instituições. Alem disso, observam-se várias mudanças em costumes relativos ao bem-estar, à estética e a comportamentos, em grande parte tangidos pela mídia e pela sociedade de consumo, que vêm criando novos padrões e expectativas do que é ser velho. Então, o velho de hoje não segue mais o figurino de seus pais e muito menos o dos seus avós e se descreve como satisfeito com a vida. Isso é positivo para a construção social da velhice, porque sinaliza para a sociedade que há outras formas de envelhecer, mais positivas do que antigamente. No entanto, como tudo tem um limite, esse limite são as realidades da velhice, cuja percepção faz e sempre fará que se tenha sentimentos negativos em relação à ela.


9) “Existem preconceitos em relação à velhice no Brasil, mas eu não sou preconceituoso”. A frase pode parecer incoerente, mas é equivalente à situação em que as pessoas se dizem não racistas e não sexistas, mas contam e riem de piadas com esse teor. Falam dos requintes da cultura brasileira na arte da dissimulação. Devem ser interpretadas como uma forma de responder a padrões sociais apontados como corretos e como forma de responder à dissonância cognitiva gerada por informações tidas como indiscutíveis em comparação com o que as pessoas vêem e fazem. Felizmente para todos, existe um hiato entre as atitudes e os comportamentos observáveis. Assim, não é comum que as pessoas abertamente rejeitem, critiquem ou ofendam membros de uma categoria que é alvo de preconceito.


10) “Envelhecer é um privilegio”. “As melhores coisas da velhice são a experiência de vida, a sabedoria e o tempo livre, principalmente se estiverem garantidos a proteção familiar, a independência econômica e o desfrute de direitos sociais”. “Os idosos têm muita coisa para ensinar, mas não conseguem acompanhar as mudanças do mundo moderno”. Eis as idealizações dos idosos e dos não-idosos entrevistados sobre a velhice. Em parte elas refletem uma visão tradicional de velhice, de certa forma incompatível com a visão renovada que apareceu em resposta a itens já comentados. No que tange à proteção familiar, à independência econômica e ao desfrute de direitos sociais, refletem uma expectativa irreal para grande parte dos idosos de hoje. Será incoerência? Não. Essas respostas denotam que a velhice é uma realidade heterogênea e que entre as suas muitas faces estão as da vida real, as idealizações e os conteúdos simbólicos que em parte orientam os esforços individuais e sociais rumo à uma boa velhice, em parte ajudam as pessoas a lidar com sua velhice.


11) “Os idosos sentem necessidade de namorar”. Esta opinião teve alta freqüência entre os idosos homens e entre os jovens, mas foi menos freqüente entre os idosos de modo geral e entre as mulheres idosas em particular. De fato, estão ocorrendo mudanças em valores e comportamentos sexuais entre os mais velhos, em grande parte tangidas pelas ideologias da existência dos “novos idosos” e do direito que todos têm ao prazer e à auto-determinação, uma vez que estão livres do jugo das obrigações familiares e do trabalho. Elas encontram em vários segmentos da sociedade de consumo parceiros ávidos em busca de mercado para remédios, roupas, produtos de maquiagem e serviços e os idosos parecem estar respondendo aos apelos, da mesma forma que se vê na outra ponta, crianças respondendo aos apelos de erotização precoce. O lado preocupante desse cenário é o da exposição a doenças sexualmente transmissíveis, uma vez que a pesquisa apontou que quase a metade dos idosos entrevistados acreditam que idosos são não contamináveis.


12) A maioria dos idosos (73%) disse saber da existência do Estatuto do Idoso, 61% por ouvir falar, mas muito poucos o conhecem. Mesmo assim, 77% reconhecem direitos que o Estatuto não poderia deixar de consagrar, principalmente no âmbito da saúde e da aposentadoria e reconhecem os benefícios das passagens de ônibus gratuitas, da prioridade em filas. Oitenta e quatro por cento nunca se sentiram maltratados ou discriminados. Esses dados indicam que, embora estejamos avançando em termos da oferta de proteção social e de respeito aos direitos dos idosos ainda estamos muito longe de poder festejar a consciência sobre os direitos, que é um direito garantido pela educação. Enquanto não existir um sistema realmente universal de educação fundamental de qualidade, nós não poderemos ter esperança de mudanças reais nos direitos sociais dos idosos porque, como usuários dos serviços sociais eles não terão a força para provoca-las e acompanhar sua implementação e sua eficácia. As citações feitas pelos idosos – direito a passagens gratuita, a dispensa de filas e aposentadoria/pensões – são uma amostra de quão poucos aspectos da realidade chama sua atenção sob a rubrica de direitos civis. Haveria tanto a mencionar quanto ao Sistema de Saúde, à Justiça e à proteção social e os idosos não o fizeram. O fato de existir um pouco mais de conhecimento sobre o estatuto do idoso entre os não-idosos é uma esperança para as próximas coortes de idosos, que dentro de 30 ou 40 anos sairão dos que hoje são jovens. É sinal também de que eles têm mais acesso à educação, um sinal de que, apesar de tudo, estamos evoluindo enquanto população.
Conclusões

Anita Liberalessu ressalta que é grande a profusão de dados da pesquisa e que ela “tem potencial para funcionar como um marco para as políticas e práticas sociais em relação ao idoso no Brasil”. Ela aponta o que se pode depreender desses dados apontados pela pesquisa para sugerir caminhos para os esforços de cientistas sociais e praticantes da Gerontologia no Brasil. Ela divide os temas em três partes: a primeira, é a dos desafios sociais em vários domínios a resolver; a segunda, o que envolve a melhoria da vida dos idosos, no médio prazo; e a terceira, os principais desafios a longo prazo.

Os desafios sociais em vários domínios a resolver - alguns exemplos: o aumento da esperança de vida aos 60 anos; a feminização do envelhecimento; a pobreza dos idosos; o baixo nível educacional dos idosos; a exclusão social dos idosos; e os preconceitos dos governantes, gestores de políticas públicas, geriatras e gerontólogos.
O que envolve, a médio prazo, a melhoria da condição dos idosos: informar, apoiar e incentivar financeiramente as famílias para que cuidem bem dos seus idosos; garantir acesso a todos os idosos a bons serviços básicos de atenção à saúde; fiscalizar os serviços oferecidos nos asilos e nos hospitais; formar recursos humanos para atender idosos; melhorar a qualidade e a distribuição dos serviços de saúde; garantir acesso universal dos idosos a serviços de atenção primária à saúde; aumentar a cobertura dos serviços do PSF a idosos; aumentar a rede de instituições para idosos; melhorar a renda dos idosos; reajustar as pensões e aposentadorias; e criar alternativas de atividade, participação e valorização social.

Os principais desafios a longo prazo: melhorar a qualidade da educação fundamental; aumentar a escolaridade da população; investir em programas de saúde materno-infantil; investir em programas de educação em saúde ao longo do curso de vida; gerar mais alternativas de trabalho, que gerem renda, que permitam às populações viver com mais qualidade.
“Envelhecer bem é um empreendimento de longo prazo”

Tanto no âmbito individual como no âmbito da sociedade, Anita entende que o envelhecimento é um empreendimento de longo prazo e que devem ser priorizados a infância e a juventude porque em qualquer sociedade, são os mais jovens que garantem a boa qualidade de vida dos idoso

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Nunca substime uma mulher mais velha!

Esta senhora de 92 anos dança com o bisneto de 29 anos. Veja até o final você vai se surpreender!1




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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Cidadania consequente

Com a conquista obtida pelo povo brasileiro de sua constituição cidadã em 1988, emerge do país, uma renovada sociedade carente e desejosa por justiça e avanços sociais com elevado apelo de inclusão social, resgatando o que Norberto Bobbio nominou como a era dos direitos.
O advento dos direitos fundamentais esculpidos em nossa carta política nos remeteu para uma especial dimensão nunca antes experimentada; esta nova ordem de cunho democrático, introjetou a sociedade brasileira para a necessidade de novos instrumentos jurídicos de proteção social, voltados para o resgate da dignidade da pessoa humana, além do desenvolvimento de esforços para o nobre combate à redução das desigualdades sociais.
O aprofundamento da radicalidade democrática proporciona as condições necessárias para o surgimento de novos direitos, focados para as demandas de determinadas categorias de indivíduos, os quais se encontravam até então à margem dos processos sociais contemporâneos, dentre estes, a pessoa idosa.
Ao ser regulamentado no plano infraconstitucional o artigo 230 da carta cidadã, cria-se as condições para o nascedouro da lei 10.741/03, de autoria do Senador Paulo Paim, também conhecida como o estatuto do idoso, o qual trará em seu bojo, um conjunto de normas de proteção para esse segmento, bem como sua integração à vida social.
Este estatuto disciplinará uma série de relações e regramentos entre o poder público e a atividade privada, os quais deverão ser observados para que o idoso encontre seu espaço de consumo e convívio social.
De acordo com dados do IBGE, em seu mais recente estudo demográfico, a população atual de idosos (65 anos ou mais), que responde hoje por cerca de 7% da população, atingirá no ano de 2050, algo próximo a um quinto dos habitantes se igualando, inclusive, ao número da população jovem, já em 2030; população esta localizada, em sua grande maioria, em áreas urbanas, as quais carecem de um sistema de infra-estrutura de prestação de serviços públicos que atendam minimamente a demanda atual.
Essa mutação da pirâmide populacional decorrerá, em grande parte, em função da combinação de alguns fatores tais como a queda acentuada nos níveis de fecundidade e natalidade, combinado com o contínuo crescimento da expectativa de vida e dos benefícios que a sociedade auferiu com a revolução no campo da medicina.
O jovem de hoje será o idoso de amanhã e em maior número! Por isso, a importância de darmos amplo conhecimento dos direitos do idoso de hoje, para que as futuras gerações da terceira idade já os tenham assimilado amplamente, quando lá chegarem, exercitando desta forma, sua cidadania de modo conseqüente.
Cumpre ressaltar que tal estatuto ganhará a importância devida, à medida que este se dissemine no seio da sociedade, sendo indispensável que aqueles que dele se beneficiarão, façam valer o que lá está escrito; sob pena de estarmos incorrendo no risco de confirmar o que mencionava Ferdinand Lassalle sobre a fraqueza de uma constituição: “de nada servirá o que se escreve numa folha de papel, se não se justificar pelos fatores reais e efetivos de poder.”
Poder este, concedido ao idoso, através da Carta política e de seu estatuto, para que ele exerça na sua plenitude, a cidadania conseqüente.

José Rodrigues Ledur

*Diretor de Aposentados e Previdência Social do Sindbancários. Conselheiro Deliberativo eleito pela Fundação Banrisul de Seguridade Social.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O que é a gerontologia

Gerontologia é um campo multidisciplinar que tem como objetos o estudo do processo
do envelhecimento, o fenômeno velhice, que é evento de natureza biológica, sociológica e psicológica e os indivíduos e grupos socialmente definidos como idosos. O processo de envelhecimento acompanha todo o desenvolvimento humano, mas quando se fala que a Gerontologia estuda o envelhecimento, significa que são estudados os anos mais avançados da idade adulta, mais ou menos a partir dos 45 anos de idade. Nesse campo de estudo existem muitas disciplinas, que são ancoradas pela psicologia, pela biologia e pelas ciências sociais. É um campo de pesquisa que além de multidisciplinar é multiprofissional, pois abrange os vários campos de atenção à saúde, aos direitos sociais e à educação dos idosos, incluindo por exemplo, a medicina, a enfermagem, a fisioterapia, a psicologia, o serviço social, o direito e a educação. Na medicina, a geriatria é a área que tem como objeto o tratamento clínico da velhice. Gerontologia é uma palavra de origem grega que significa o estudo da velhice. A denominação Geriatria tem a mesma origem e foi cunhada para designar o tratamento clínico dos idosos. Ambas foram criadas no começo do século XX.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Sustentabilidade e cuidado ao idoso

O desenvolvimento sustentável é a capacidade de satisfação das necessidades das gerações atuais, sem colocar em risco a capacidade das futuras gerações satisfazerem suas necessidades e o cuidado ao ser humano idoso necessita ter um direcionamento para que alcance a sustentabilidade, considerando que como tal tem sua especificidade e multidimensionalidade. O estudo teórico e reflexivo de Silvana Sidney Costa Santos, da Unati(Univeridade da Terceira Idade do RJ), objetivou perceber a convergência entre desenvolvimento sustentável e cuidado ao
idoso; Utilizou material bibliográfico produzido em diferentes áreas do conhecimento, procurando estab estabelecer uma convergência entre os conceitos –
desenvolvimento sustentável e cuidado ao idoso. Para saber mais sobre esse
trabalho visite o site da UNati: http://www.unati.uerj.br/tse/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-59282001000200003&lng=pt&nrm=iso